18 de dezembro de 2009

Técnico, um dia seu time pode precisar...

"Treinador não ganha jogo, mas ajuda a perder."


Cada vez mais me convenço de que essa máxima é o máximo! Treinador de futebol hoje em dia é a profissão mais rentável do mercado, mais até do que jogador de futebol. Haja vista o caso de Andrade, treinador tapa buraco que com seu jeito simples de fazer futebol roubou a cena desbancando figurões do ramo como o papa titulos Muricy, o falastrão - que há muito não faz jus a fama de vencedor -  Luxemburgo entre muitos outros...


Andrade começou o ano na função de auxiliar técnico com o soldo de míseros (míseros???) 10 mil Reais, assumiu a função de técnico interino e pouco depois foi efetivado com a bagatela de 50mil, um negócio da China para o Flamengo que viu ao final do ano seu auxiliar, interino e agora técnico levar o caneco com um dos salários mais modestos da função no campeonato.


Ao meu ver o mérito do Andrade foi não ser treinador de futebol, mas sim um camarada em quem os jogadores podiam confiar, não encrencou com as farras que Adriano fazia, com a conturbada vida particular de Bruno, deu descanso para Juan na preparação física e conduziu com maestria os egos de Petkovic e Adriano, que embora não tenham protagonizado nenhuma demonstração pública de inimizade, o contrário também não fizeram.





Seria mais ou menos aquela história de faça o seu que eu faço o meu. Bruno fazia sua parte lá atrás, Juan era pouco exigido nos treinamentos físicos, Petkovic comandava o meio de campo enfiando bolas para os atacantes e quando dava, Pet fazia os seus gols (e olha que não foram poucos) e Adriano imperava, nas  "nigths", e  áreas adversárias. Com isso todos saíram ganhando, todos saíram felizes. Para esse Brasileiro a receita deu certo, mas e para o próximo ano isso basta?


Os outros clubes que irão disputar a libertadores já começaram a se mexer: Cruzeiro manteve o treinador pelo terceiro ano consecutivo, o Corinthians idem, Ricardo Gomes no São Paulo também continua, o Inter foi buscar fora do Brasil o vitorioso Jorge Fossati, ex-técnico da LDU, e o Flamengo? Ah o Flamengo vai com a prata da casa com sua receita infalível... Posso estar sendo alarmista, mas eu fosse flamenguista estaria preocupado, não dá para fazer experiência numa competição como a Libertadores.


A analogia que faço é a seguinte:

Imaginem que o Flamengo é um avião em pleno vôo, num determinado momento da viagem piloto e co-piloto são degolados ou simplesmente abandonam o avião pulando de páraquedas. Oh meu Deus! Vamos cair! Alguém pilota essa coisa? Lá do fundo da aeronave ouve-se uma voz: Eu posso tentar. Mas quem é você, indaga outra voz. Eu sou auxiliar de vôo. Tem alguma experiência em pilotar? Não, mas posso tentar, onde fica a cabine?
Beleza, o auxiliar consegue aprumar a aeronave e aos trancos e barrancos consegue pousar a aeronave. É recebido pelo presidente da república com as devidas honrarias.

Agora eu pergunto: Você voaria novamente com o auxiliar ou com um piloto profissional???


Com toda essa novela de renovação que envolveu Andrade, o Flamengo perdeu uma ótima oportunidade de condecorar seu auxiliar-campeão, coloca-lo de volta a sua função com uma bela recompensa e contratar um técnico com exepriência. Como já disse no inicio, técnico não ganha jogo, mas ajuda a perder.


Esse início de ano é fundamental para as pretensões do Flamengo, ter um planejamento com objetivos e metas traçadas é vital para o sucesso. Do contrário, mais uma vez veremos o Flamengo chafurdar nas oitavas de final com mais uma derrota acachapante para um time mexicano ou uruguaio como já acontecera outrora.


Com todo o respeito que devo ao profissional, duvido que o Andrade tenha feito algum planejamento, aliás, vou além, tenho sérias dúvidas se ele saberia fazê-lo.






Essa é a hora que separamos os homens dos meninos, chega de amadorismo, pelo o mar de cifras que os treinadores são remunerados é preciso que se tenha algo mais do que malandragem. Faz-se necessário ser malandro, mas além disso ser experiente, líder, observador e estar antenado não só no seu próprio time, mas também nos adversários, saber mudar o padrão tático do time sem perder as rédeas da partida.


Estamos há poucos meses do início da libertadores, a hora de contratar é agora, montar um bom grupo, dar padrão de jogo a ele. Se Andrade resisitir até lá no comando do Flamengo já terá ido longe, uma mudança de treinador no meio da competição pode ser catastrófica. Não se enganem pensando que essa proeza de Andrade pode se repetir.


Assim como num avião, é preciso experiência para dar os comandos certos, acionar alavancas no seu tempo e ler os painéis de sinalização; no futebol não é diferente, uma alteração mal sucedida, contratação não pensada, ou escalação equivocada pode ter como resultado muitos mortos e feridos.










...

Enquanto a polícia do Rio identifica e tenta prender três dos diversos marginais envolvidos na briga do título, a justiça de Curitiba manda soltar 10 dos 18 bandidos que haviam sido identificados e presos.


Pátria que me pariu!

2 comentários:

  1. Um texto extremamente sensato com uma inteligentíssima analogia. Parabéns, Valdez! está ficando realmente bom de letra.
    Apenas para completar o que você já disse, acho que o Andrade é um autêntico "Carlinhos". E afirmo: não sobreviverá além dos muros da Gávea.

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  2. Muito bem colocado, o Andrade deu certo como em situação semelhante o Joel Santana também deu certo no Flamengo.
    O clima da Gávea favorece esse tipo de treinador de última hora que carrega o time na base do companheirismo, é "amigão" que consegue tirar leite de pedra.
    Com um elenco melhorzinho dá para fazer uma festa.
    Mas, vc tem toda razão: campeonat do ínicio ao fim requer esquema, planejamento...Vamos ver, né!
    SRN

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