30 de novembro de 2015

Pedra, Flor e Espinho

Por Valdez Gomes













Leto, assim sou conhecido no mundo da bola.
Esse mesmo mundo que girei e andei por esses longos anos de carreira.
Talvez não fosse preiso andar tanto para aprender essa dolorosa lição.
Imaginava já saber e ter vivido tudo.
Como fui bobo...
Importância dei para muita coisa irrelevante, como perdi tempo...
Agora sei exatamente a dor da torção causada por um passo em falso.



Minha história começa no Largo do Estácio, mais precisamente nas ladeiras do Morro de São Carlos, na rua Laurindo Rabelo. Terra fértil, de lá saíram craques do quilate de Gonzaguinha, Luiz Melodia e Ismael Silva. Não tive o prazer de esbarrar com nenhum deles, mas falo como se fossem da minha família.


Nessa época não havia tanta oferta de campos pelas redondezas, a pelada rolava no meio da rua de paralelepípedos e era cortada pelo esgoto a céu aberto que as casas despejavam. Jogávamos pelada na ladeira! Pode isso, Arnaldo?!


Minha carreira é cigana, joguei por mais clubes do que gostaria, quase nenhum deles me deixou saudades. Até que um dia no alto dos meus 34anos, duas cirurgias no joelho e alguns gols marcados, minha estrela brilhou e assinei um contrato de risco com um belo clube da minha cidade. As cláusulas do contrato, inclusive, fui eu quem exigiu. Exclusividade, Direto de Imagem, Produtividade, essas coisas que todo profissional deve seguir.


Os primeiros meses de contrato foram maravilhosos, ao menos do meu ponto de vista. O clube acenava com possibilidade de renovação e extensão de vinculo. As perspectivas eram boas, dentro em breve seria de fato jogador do clube.


Logo surgiram sondagens, cantadas, especulações com meu nome envolvido. Até chegar em minhas mãos uma proposta tentadora. Maldita hora em que dei ouvidos ao canto da sereia! Estava tudo ali, ao meu alcance.


Ainda com contrato em vigor, assinei um pré-contrato com outra agremiação. Não demorou a informação vazou para a imprensa. Logo torcedores e dirigentes me puseram contra a parede. Não havia defesa; eu os traíra.


Antes mesmo de assinar o destrato ou vestir nova camisa, meu mundo já havia caído e com ele veio ao chão minha máscara. Como pude?!


Não peço que aceitem meu pedido de desculpas ou me perdoem por tamanha desfaçatez. Quero, se possível, que acreditem no pesado sentimento de culpa que carrego hoje. Há 20 dias tomei essa atitude impensada e há 2anos me arrependo dela.


Não preciso que me julguem; imprensa, torcida, dirigente ou amigos. Meu mais duro Julgamento é da mais justa e severa jurista, minha Consciência. Minha pena vou cumprir sozinho, acompanhado na cela solitária dos errantes.


Eu sou Leto, ex-Jogador e agora torcedor do Clube Atlético Nova América e essa é a minha história.

2 de abril de 2013

Carta aberta.

Atendendo a um pedido, volto a escrever algumas linhas...

Meu amigo Pépe, esse post é para você que me incentivou a retornar ao "papel e a pena" mesmo sem nunca ter lido nenhuma linha dos meus textos, entenda como quiser essa última parte, aliás, como quiser Porra Nenhuma, entenda como uma cobrança. Afinal, somos amigos e como tais não jogamos indiretas, cobramos mesmo! Cobramos as ausências nas festas de nossas filhas, a não ida a nossa casa de veraneio, essas coisas, sabe?rs

Não posso fugir ao que desde o inicio me propus a fazer neste espaço, que nada mais é escrever sobre esportes, mas aproveitando a temática de sua paternidade lhe direi algumas coisas que aprendi e outras as quais me apego como pai.

Certas coisas não podemos determinar ou escolher para nossas crias, experiência própria, veja meu caso.
Nasci botafoguense, cresci assim, mas quando passei a pensar com minhas ideias, diga-se de passagem claras ideias, vi que esse não era o caminho e me tornei um vascaíno feliz! pegou o espirito da coisa? Não?

Ok, quer outro exemplo?

Minha linda filha Louise (pronuncia-se LUIZE, por favor, não vá dar a mancada que nosso amigo deu a última vez que nos reunimos chamando Luiza),  hoje aos três anos se diz flamenguista, mas se lhe digo que Branca de Neve e Cinderela são vascaínas, logo passa a tremular a bandeira do Vascão.
Adora histórias de princesas que se casam com seus príncipes e vivem felizes para sempre, , mas volta e meia ela narra beijos tórridos e apaixonados entre suas bonecas "Moranguinho e Blueberry", veja bem eu disse bonecas.
Sem falar que todo fim de noite antes de dormir brinca de ser uma bonequinha de "Macumba" que é posta a venda a quem quiser comprar, e minutos antes de pegar no soninho reza um Pai nosso, uma Ave Maria com sua amorosa Mãe.

Um certo amigo nosso diria:

" Perdoai, Senhor, ela não sabe o que diz"

Mas eu não, eu prefiro as sábias palavras do Gonzaguinha:

"Fico com a pureza das respostas das crianças"



Tudo isso é muito engraçado e tal e coisa, mas são claro e evidente os indícios de que time de futebol, religião e sexualidade só se definem lá na frente... Assim espero...rs





Ou alguém imagina minha filha Flamenguista e Lésbica quando crescer?!
Evidente que não!
Já conversamos sobre isso, e tá decidido que ela será Vascaína,  heterossexual, cristã e Freira!!!rs

Portanto meus nobre amigo, não perca tempo com essas trivialidades.
Ame Carol incondicionalmente e deixe que as coisas se determinem no devido tempo. Se torcerá pelo Flamengo ou pelo Vasco, se fará orações para São Jorge ou Ogum, se cursará Direito ou Enfermagem, só o tempo dirá.

17 de dezembro de 2010

Maze(m)bra.

Depois do ocorrido com o Inter diante do Mazembe resolvi esperar mais uns dias para digerir essa derrota e não me precipitar com o resultado do jogo da Inter de Milão, vai que dá zebra de novo...



Mas que esporte apaixonante é o futebol! Nem mesmo o mais otimista dos gremistas sonhou com a hecatombe protagonizada pelo Colorado, nem ao menos a final?!



Nunca um time sul-americano chegou ao mundial de clubes tão favorito quanto o Inter. Por tudo que o cercava: time entrosado, de pegada, ofensivo (apesar de Celso Roth), boas opções no banco de reservas e tudo isso sem falar que o principal adversário (teoricamente a Internazionale) já não é o mesmo do último ano. Com a saída de José Mourinho para o Real Madrid, a Inter acusou o golpe. Seu sucessor Rafa Benitez não conseguiu dar continuidade ao trabalho deixado por Mourinho e tampouco dar cara nova ao time, além disso, p time nero-azurro sofre com as contusões de seus principais jogadores. Por essas e outras o Colorado era favorito ao título.



Mas o que teria acontecido ao Inter? Para variar não assisti ao jogo, mas os lances que acompanhei –leia-se os melhores momentos- vi um time afoito, desperdiçando chance atrás de chance, intranqüilo nas conclusões.

O miolo de defesa andava vacilante e isso para um franco atirador, como a equipe africana, era prato cheio.

Na véspera do jogo D’Alessandro declarou não ter dormido como deveria tamanha a ansiedade. Na hora pensei: Que bobagem!
De fato o craque hermano parece não ter feito drama. O Inter sentiu a pressão do favoritismo, mais ainda a obrigação de vencer o Mazembe e de forma convincente. O Colorado merecia melhor sorte, não que o resultado tenha sido injusto, muito pelo contrário os congoleses foram briosos e jogaram com eficiência, mas para eles uma terceira colocação já seria carnaval (ou qualquer ritual tribal que o valha) em Kinshasa, capital congolesa e para nós expectadores uma final entre os xarás Inters seria sensacional!



***

Os gols do jogo merecem um registro a parte, o primeiro gol foi bonito, mas contou com a ajuda da hesitante dupla de zaga colorada que olhou o lance se desenhando e não esboçou atitude.

Antes de analisar o segundo gol eu abro um parêntese para uma entrevista que assisti do Adílio meia direita do flamengo nas décadas de 70 e 80, não o vi jogar, mas quem viu garante que era fera! Numa entrevista que assiste dele junto com Júlio Cesar Uri Geller ao Jô Soares ele contou que cada jogador daquele super time do Fla tinha uma jogada ou um drible peculiar que eles batizavam com um nome. O Zico tinha o “corta cana”, o Uri Geller era “procurando tu”, o dele se chamava “me deixa ver seu número” que consistia num semi-elástico (quem é boleiro sabe do que estou falando) que fazia o adversário girar procurando a bola e conseqüentemente mostrando as costas e seu número. Pois é, o segundo gol do Mazembe o atacante Kaluyituka mesclou a pedalada de Robinho com o “me deixa ver seu número” de Adílio em cima de ninguém menos que o grande Guiñazu. Uma pintura! Abusado esse neguinho, não?

***
Ao contrário do que certamente a Rede Globo pregará, vou torcer pelo famigerado Mazembe na final e não para o time de milionários brasileiros. Dá-lhe Mazembe! Sonhar não custa nada...
 

14 de dezembro de 2010

Do inferno ao céu em 365 dias. A epopéia tricolor na visão de um vascaíno.

Somente o futebol para nos presentear com situações como a vivida pelo Flu.
Há um ano o time das Laranjeiras era dado por matemáticos como morto, desclassificado, sem volta...
Mas o futebol - Ah o futebol... - não é ciência exata, não tem lógica.O que mais se aproxima de ser lógico no futebol é o clássico aforismo que diz:
 "quem não faz leva".

Voltando ao início da caminhada, quero registrar aqui alguns fatos que merecem ser citados.

Trabalho, mas podem chamar de milagre...
Cuca foi fundamental para esse gran finale, méritos para esse treinador que mostrou para aquele grupo que o céu era o limite, recuperando jogadores até então muito questionados e que deram a volta por cima. Bacana ver que jogadores e torcida reconhecem a valiosa contribuição dada por Cuca, que comandou com maestria o resgate do brio tricolor, a meu ver até Muricy deveria agradecer ao colega.

Grande sacada!
Depois do insucesso no campeonato  carioca a diretoria tricolor se viu obrigada a cortar na própria carne para tentar salvar o ano e demitiu Cuca, jogadores e torcida não ficaram lá muito satisfeitos. Naquele momento a gratidão falava mais alto. Aliás, pensando bem, acho que a idéia inicial era ter Muricy desde o inicio do ano, mas como demitir Cuca depois dos excelentes serviços prestados? Analisando friamente, talvez a diretoria do Flu tenha ficado até feliz com o inicio de ano que tiveram, assim puderam colocar em prática um plano mais ambicioso: contratar o único tricampeão brasileiro dos pontos corridos.
Era necessário, um comandante como Muricy faz a diferença nos altos e baixos da competição, sabe trabalhar sob pressão e fazer seu time jogar. A troca de comando no Flu e a negativa a CBF foram fatores determinantes para o sucesso, os tricolores deram sinal de força ao contratar e reafirmar a contratação do treinador pouco simpático e avesso a bajulação da imprensa.

Receita do bolo.
Diferentemente do Fla-09 que teve basicamente Pet motivado, Adriano endiabrado (dentro e fora de campo), o Flu foi constituído de um comandante experiente, um grupo bastante equilibrado e algo inusitado: um argentino humilde (!), quase um monge. Conca jogou o fino da bola, mas o grupo colaborou para isso, Tartá, Rodriguinho, L. Euzébio, Marquinhos, Emerson sempre que acionados pelo dono do time (não o dono da bola) davam suas contribuições tabelando, abrindo espaço, ou arrematando para as redes. Os medalhões pouco utilizados até tentaram ajudar, mas suas atuações mais convincentes eram sempre fora de campo, Deco fazendo dupla de ataque com Carlos Alberto nas noites de samba carioca e Fred questinando publicamente o diagnóstico que o médico do Flu havia declarado, no fim das contas o médico me pareceu ter razão, Fred se arratou nas partidas em que jogou (execeto contra o São Paulo onde o gol marcado escondeu o que de fato acontecia).
Jogo a jogo Ricardo Berna foi calando seus críticos, é certo que nunca foi unanimidade, mas será que Castilho ou Fernando Henrique evitariam o gol do bugre voando nos pés de Reinaldo na pequena área? Berna evitou o que seria um novo "Maracanazo" em pleno Engenhão!Ou melhor, um Engenhanãonazo! Ele foi o goleiro certo no momento certo.

Yes, nós temos mala branca!
Devo admitir que acompanhei poucos jogos desse campeonato, saudosista que sou, vi meu interesse diminuir ano após ano de pontos corridos. Decisão de campeonato com time rebaixado é brincadeira!
Bem aventurados sejam os senhores das malas brancas - popularmente conhecidos como Malaquias - que apesar de terem sido condenados por grande parte da hipócrita imprensa, fizeram seu trabalho e deram ares de competitividade e emoção a última rodada do brasileirão. Sem as atuações desses "anjos" o campeonato corria sério risco de entrar em colapso, os questionamentos com relação às próximas edições seriam muitos. Imagine o Flu ser campeão com três jogos fracos - isso para não dizer entregues - como foi contra  Palmeiras e São Paulo. A mala branca é benéfica e salutar!

Título incontestável!
E justiça seja feita. se o Flamengo se autoproclama hexacampeão, o Fluminense sem sombra de dúvidas é legitimamente Tricampeão brasileiro!

Alfinetadas.
Se no ano passado presenciamos toda aquela selvageria por parte da torcida do Flamengo, esse ano a brutalidade deu lugar ao amor, muitos homens nas ruas se beijando livremente demonstrando que o mundo é tricolor... Galera é brincadeirinha...rs






***
O sujo reclamando do mal lavado...
Modismo é uma coisa perigosa, um bom exemplo é a febre de stand up comedy que assola o Brasil. Qualquer barzinho fuleiro hoje em dia tem um camarada que sobe num palcozinho -muitas das vezes improvisados com caixas de cerveja e uma lona jogada por cima-  e tenta fazer a galera rir. Às vezes o cara é até engraçado, o problema é quando o postulante a comediante é apenas engraçadinho e pensar ser o Chico Anysio... Pois foi esse o papel que se prestou  o presidente do Corinthians na entrega do prêmio da CBF para os melhores do ano.
Andrés Sanchez envergonhou ainda mais a torcida corinthiana com o papelão que protagonizou. Atitude pequena de quem não sabe perder. 

Devo admitir que concordo que o Fluminense voltou pela janela em 2000 quando venceu a série C em 1999 e pulou direto para a série A no ano seguinte,  mas afinal quem é o Corinthians para falar em moralidade se o título de 2005 foi comprado com aquela anulação de vários jogos prejudicando o Internacional descaradamente?

10 de agosto de 2010

Meretriz arrependida.

Pouco mais de dois anos após sua, tão esperada e comemorada, posse, aos poucos começa a ruir o "sonho americano" do torcedor vascaíno. E pensar que eu, o mais incrédulo dos vascaínos, acreditei nesse factóide de "O sentimento não pode parar". Que sentimento, porra?!




Não há um único dia que a imprensa (séria) não estampe um escândalo protagonizado por essa diretoria de bandidos e aproveitadores. Falsidade ideológica, evasão de divisas, corrupção ativa são alguns do muitos crimes cometidos por essa (indi)gestão que está no poder em São Januário.



O torcedor vascaíno não merece tanto! Só quem militou em favor da derrubada das atrocidades, da roubalheira e da apropriação indébita do clube por parte do Sarney da Colina, sabe o quão frustrante e doloroso é ver esse teatro de "O bom moço e a herança maldita". Não mudou nada, o Vasco continua servindo a interesses particulares, a diferença é que Eurico não dava ponto sem nó. Na lábia ou na truculência (ás vezes física) ia escondendo suas negociatas. Contudo, bastou um esforçozinho da mídia - leia-se Rede Globo- para esfregar na cara de quem quisesse ver o enorme patrimônio incompatível com sua renda, mansões em Angra do Reis e Miami só para citar exemplos, resultando em CPI dentro do Vasco e renuncia ao mandato de Deputado Federal.






Com Dinamite a diferença é que ele seus pares são inexperientes e burros, adulteram notas ficais, caem em grampos telefônicos, enviam dinheiro para paraíso fiscal e dão as mais estapafúrdias explicações. O torcedor não é burro, basta analisar friamente e ver que essa alteração no poder foi apenas de nomes. O que ocorreu foi um continuísmo barato da última direção.







Se a intenção de Dinamite e Cia era lucrar em cima do Vasco, seu maior erro foi não se aliar a Eurico Miranda. Com Eurico na mesma bancada os lucros seriam maiores e mais difíceis de descobrir.



É deprimente ver o maior ídolo da história do clube usar a instituição que o fez ser o que hoje é, de maneira tão inescrupulosa. Será que Zico faria o mesmo com o Flamengo? Raí usaria o São Paulo?


Hoje, analisando friamente, me pergunto: Quem é o maior ídolo da história do Vasco? Sinceramente? Não sei, talvez Juninho Pernambucano?

                                                ***
Só para ilustrar o que eu disse sobre a gestão Dinamite, segue uma das muitas matérias que atestam a "honestidade" do salafrário.


http://www.midiasemmedia.com.br/paulinho/?p=18960

PS.: Meu amigo Renato tinha razão, quando a esmola é de mais o santo tem de desconfiar...

7 de agosto de 2010

O portão.

Após um longo hiato volto a dar meus pitacos, ácidos como de praxe.

Caí na besteira de me ausentar durante o período da Copa, a preguiça bateu, minha fila cresceu e com ela suas peripécias... Tá cada vez mais difícil vigiá-la e ter um tempinho para pitacar.








Assuntos não faltaram, mas preferi me recolher e dar espaço aos comentaristas de ocasião. Todo mundo, sem exceção, fazendo coro com as críticas editadas pela Rede Globo. O que tinha de crítico debatendo o assunto... Hebe Camargo, Luciana Gimenez, um camarada do meu trabalho expert em BBB e novela, o Louro José e até mesmo minha sogra que odeia futebol! Era muito conteúdo, minhas palavras não passariam de meros pitacos.




Pois bem, passado o modismo, na medida do possível, volto ao posto de Pitaqueiro-Mor.
Afinal, pitacar é preciso!




Eu voltei!
Agora prá ficar
Porque aqui!
Aqui é meu lugar
Eu voltei pr'as coisas
Que eu deixei
Eu voltei!... 

27 de maio de 2010

Perder para ganhar.

Chegou ao fim na manhã de hoje o controverso, porém vitorioso, casamento entre Flamengo e Adriano.

Entre tapas e beijos, traições e reconciliações não há como negar que o saldo dessa relação foi positivo. Afinal 17 anos sem triunfar na principal competição nacional - é dose para leão!

Com Adriano o Fla largou o “se” e “foi”! Há alguns anos ouço amigos rubro-negros lamentarem aquele ou outro resultado desastroso que mandou por terra as pretensões do Fla num determinado ano.

“Putz! Se não tivéssemos empatado com o São Caetano no Maraca e se não perdêssemos para o Vitória seríamos os campeões. Snif... Snif... Snif...”

Com Adriano no comando de ataque isso acabou, e de fato o Flamengo foi (!) campeão.
A maioria das vezes em que precisaram de sua colaboração imperial, ele se fez presente. Com Adriano o time da Gávea consolidou sua presença no hall dos “top Five” do Brasil.

De uma forma ou de outra, ambos ganharam e perderam alguma coisa. O Fla perdeu com os barracos e confusões protagonizados por Adriano, muitas vezes em véspera de jogos importantes. Já Adriano perdeu muita grana com essa transferência para o exterior às avessas, embora tivesse um dos maiores salários do Brasil, nem de longe os valores eram próximos do que abrira mão na Europa. Ninguém tem direito de reclamar do outro.



Seu empresário Gilmar Rinaldi, diga-se de passagem, um puta empresário, confirmou que o destino do Imperador é mesmo o Roma.

Aliás, gostaria de abrir um parêntese para fazer um breve comentário sobre Rinaldi, ex-goleiro do Flamengo, campeão mundial com a seleção brasileira em 94 -foi teceiro reserva- vendo que não havia a menor possibilidade de jogar uma partida sequer naquela copa, o que fez Rinaldi? Sacou uma filmadora da bolsa e registrou todos os bastidores daquela copa, da concentração até  as preleções que antecediam os jogos. Jogada de mestre!  Os registros deram filme, documentário, matéria do Fantástico...
Ao contrário da maioria dos boleiros, Gilmar fugia do  dircurso ensaiado: 
"Pra minha mãe, pro meu pai e pra você"

Apesar de tudo, Adriano despede-se com a sensação de dever cumprido.

Vá com Deus, Imperador... Graças à Deus!


Ôôôôôôô Imperador vazou, Imperador vazou, Imperador vazou ôôôôôô...