9 de dezembro de 2009

Como? Não é na Caxemira?

O que mais precisamos presenciar para que alguma autoridade tome alguma atitude?
As cenas que assistimos nesse fim de semana (um fim de semana que deveria ter sido festivo para uns e sofrido para outros) foram estarrecedoras. O que leva um cara a sair de casa com o intuito de agredir a outro que ele nunca vira antes e sem motivo nenhum? Essa conversa de que o álcool interfere, na minha opnião é balela, toda essa selvageria é premeditada!


Estamos realmente no Brasil? Por alguns instantes, assistindo a toda aquela brutalidade, me peguei pensando que se tratava da Caxemira***, Cabul ou Bagdá. De onde vem tanto ódio? Que ira é essa que cega esses caras que nem quando o "oponente" está desacordado cessa? E como explicar o "fogo amigo" que ocorre dentro de uma mesma torcida?


O que mais me preocupa é que todos esses marginais, se forem identificados, serão fichados como arruaceiros. Serão condenados a penas sócioeducativas e estarão prontos para a próxima barbárie.
O sujeito que desfere um chute na cara de um outro, muitas vezes já desacordado, tem que de ser acusado de tentativa de assassinato doloso! Não pode conviver em sociedade, não tem noção do que seja a expressão "convívio social". Deveria viver trancafiado.


Quando adolescente, por volta dos meus 16anos, iludido pela sede de ver meu time mais forte, me filiei a uma torcida organizada. Nessa época não perdia nenhum jogo no Rio, era a fase áurea do Vasco, final dos anos 90, vaijei duas vezes em menos de 15dias para São Paulo para "ajudar" meu time a ser campeão do extinto torneio Rio-São Paulo. Experiência inesquecível, nunca mais faço isso! Para se ter uma idéia, os ônibus saíram de São Cristovão na manhã do dia do jogo, e em todas as paradas que fizemos, os "torcedores" saquearam postos de gasolina, mercados, restaurantes de beira de estrada... Na volta a situação era tranquila até que nosso comboio foi interceptado a pedradas na Via Dutra por um carro com ocupantes de"torcedores" do São Paulo. A Via Dutra virou uma praça de guerra até a chegada da polícia. Naquela noite não dormi.


Esses tipo de gente não gosta de futebol, torcida organizada é sinônimo de arruaça, eu fiz parte e sei como funciona. Recebem verbas de diretores de clubes para realizar, em ações orquestradas, protestos tão autênticos quanto nota de 3 Reais. Quantas vezes a torcida do Vasco exaltou e xingou Eurico Miranda (Que Deus o tenha!) num mesmo ano? O próprio Romário, polêmico como ninguém, uma vez declarou que não daria um centavo para torcida organizada o apoiar.


Não sei se extinguir as torcidas organizadas resolveria o problema, mas o fato é que ficar como está não dá. Na Europa, medidas drásticas acabaram com os Hooligans, hoje os estádio de futebol da Ingalterra não tem alambrados, mas isso no Brasil é uma medida impensável. Haja vista a partida de Domingo em Curitiba, capital desenvolvida e de cultura acima da média nacional , que acabou de forma catastrófica, imaginem tirar os alambrados do Pacaembu ou facilitar o acesso ao campo do Maracanã.





Semana passada, assisti a uma entrevista do cantor Otto, entre algumas baboseiras que disse, uma  explanação me chamou a atenção, disse ele:


"Ok, você é um cara corrupto, roubou o par de tênis do outro que agonizava por socorro, meteu dinheiro na cueca, beleza. A pergunta que fica é: Como você está educando o seu filho?"



Genial! É exatamente isso que importa, o cara que comete esses crimes já é caso perdido, dificilmente recuperável, então foquemos nossas preocupações com as novas gerações. Se pelo menos o filho do marginal for educado de forma correta, já podemos pensar em ter esperança de que pode haver mudanças, que aquela grosseria pode não se perpetuar. E que minha pequena Louise, sua filha ou neta poderá viver dias melhores.




Dias melhores pra sempre!



***Trata-se de uma província do norte da Índia cujo território é composto por 90% montanhas e que faz fronteira com a China e com o Paquistão. Constatemente é palco de uma série de atentados terroristas. A posse das terras da  Caxemira é reclamada pelos três países.
fonte: educaterra.terra.com.br


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Nunca foi tão fácil disputar a taça Libertadores como em 2010, estão fora Boca Juniors, River Plate e o sempre algoz tricolor, LDU. O caminho dos brasileiros parece mais claro...

5 comentários:

  1. Contando uma história:
    Meu sogro - flamenguista roxo - que viu "4" dos 6 brasileiros conquistados por seu time (em dois deles não conseguiu entrar no estádio), sentiu-se aflito em ver tais cenas de violência.
    "Porém. Ah porém..." Porém adimitiu que essa onda vem aumentando desde o início da década de 90.
    Continuando nesse rítmo teremos jogos na "Cúpula do Trovão"; e rezo para que os decendentes de todos nós não precisem ser "Mad Max's".
    Mas no frigir dos ovos acho que haviam torcedores flamenguistas disfarçados de curitibanos, com o intuito de provocar a desordem e o caos... alguns deles ainda conseguiram chgar a tempo de se divertirem nas brigas do Leblom.
    De qualquer forma, Parabéns ao mais novo ÉQUIÇA"... (FAZER O QUÊ?!?!)

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  2. corrigindo:
    "...alguns deles ainda conseguiram chgar a tempo de se divertirem nas brigas do Leblon."

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  3. Meu caro Maia, é bom vê-lo por aqui nesse espaço democrático, não se prenda a pequenos erros de digitação ou ortográficos. O negócio é não deixar de dar o seu pitaco, ácido ou não, o negócio é pitacar!

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  4. O que foi o presidente do Coritiba quase dizendo que tem medo da própria Organizada? Infelizmente, é preciso que o clube seja punido, é inevitável que o estádio seja interditado, no mínimo!
    Eu concordo que isso não tem nada a ver com futebol, é pura e simples selvageria.
    SRN

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  5. ok, o coritiba deve ser punido, os agressores que foram identificados também, mas sabemos que é uma medida paliativa. se apenas repressão e castigo funcionassem, o crime organizado do rio já teria acabado.
    a repressão deve vir acompanhada de um plano de ação, e as regras educativas devem ser cumpridas. À risca.
    Os ingleses, como Valdez citou, conseguiram reverter um quadro de violência muito pior que o nosso. Educação, civilidade e vontade de fazer ajudaram bastante. O problema é que por aqui estes índices não andam muito animadores...

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