2 de março de 2010

Pagando bem, que mal tem?

Na semana passada recebi um e-mail do amigo Rafael Maia que hoje traga à discussão.





Nele havia um link do site futeweb.net com uma matéria no mínimo contraditória. Datada do dia 03 de Janeiro 2009, uma pesquisa feita pela Universidade de São Paulo (USP), alçava o Vasco ao posto de 3º colocado no que diz respeito a número de torcedores no Brasil. Esse resultado foi divulgado poucos meses após o IBGE ter posto o Vasco na 5º colocação nacional, ficando atrás de São Paulo e Palmeiras.


O velho caudilho Eurico Miranda cansou de bradar aos quatro ventos que a torcida do Vasco só seria menor que a do Flamengo. Particularmente, não acho que chegue a tanto. Mas penso que esse resultado da USP é o que melhor se aproxima da realidade. Eu, por exemplo, estive no Nordeste em 2008 e o que vi pelas ruas era adesão em massa aos times do Rio (em especial ao Flamengo, é claro) e ao Corinthians.


 
Mas números à parte, não escrevo esse post para debater quem é maior ou menor. Até por que, número de torcedores não ganha jogo, do contrário a China seria a maior campeã mundial de futebol e, no entanto, os chineses são somente os 87º no ranking da FIFA.
 
O que proponho é uma análise fria dos interesses por trás dos tais institutos de pesquisa. Nunca vi resultado desfavorável a quem encomenda esses levantamentos.



Afinal, quem é que audita esses “sensos”? Os próprios clientes?


Como explicar tamanha disparidade nos números apresentados por essas instituições, que se intitulam como “idôneas”?


Fico com a impressão de que alguns institutos que fazem “pesquisas sérias” usam por baixo do uniforme de trabalho a camisa do clube, partido político ou marca de laticínio que o contratou. Levam ao pé da letra a máxima de que “o cliente tem sempre razão”.



Imagino como é feita a tal encomenda de pesquisa de opinião:

O cliente liga para o Ibope, por exemplo, pergunta quanto custa para fazer o tal levantamento. O cara do Ibope dá o preço.
Do outro lado da linha o cliente barganha: Mas, tudo isso? Por esse preço o Datafolha me garantiu 5 pontos percentuais de vantagem sobre o 2º colocado. O que você pode fazer? Hum, 7 pontos são 7 pontos, né? Ok, vou ligar para o Data Sensus e ver o que eles têm a me oferecer. Qualquer coisa, volto a te ligar. Obrigado.

As conclusões diferem por que são indícios sintomáticos de um determinado grupo consultado ou por que atendem a clientes diversos?



Nessa hora a isenção dá lugar ao tendencialismo, levantando dúvidas sobre a lisura do processo de pesquisa.
Você conhece alguém que já tenha respondido a essas pesquisas?
Cada vez mais me convenço de que os indicadores são o retrato fiel do poder de investimento de seus apontados, ou seja, o resultado da pesquisa está diretamente ligado ao interesse de quem paga a encomenda. Sendo ainda mais claro, se é que é preciso, em muitos casos o 1º colocado ou o candidato que mais cresceu nas pesquisas de opinião invariavelmente é o solicitante da consulta. Uma verdadeira prostituição de resultados.



No caso da USP, não vejo a quem interessaria esse resultado, visto que a instituição é não têm fins lucrativos e é de São Paulo. A menos que a USP seja uma universidade que atende aos interesses do Timão. O que é uma grande piada (minha).



***Maia, valeu pela deixa.


2 comentários:

  1. Para o crescimento de uma torcida é fundamental a consquista de títulos. Vide o Tricolor do Morumbi, sempre bem cotado, qualquer que seja o órgão pesquisador. E para o mal, temos o exemplo do América-RJ: faltam conquistas ao Mecão.
    Deus ajudou o São Paulo e deixou o diabo sem IBOPE...

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  2. Boa Valdez!!!
    Também pude presenciar uma grande quantidade de trorcedores nordestinos-cariocas: "us FRAMENGO em sua maioria, mas muitas camisas do PORTUGA".
    Grande abraço, Maia.
    ...
    Ps: Viva o Nordeste, viva o Brasil.

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