Boxe à moda antiga.

Voltando a falar do inusitado. O que se viu no último Domingo no Maracanã foi uma autentica apresentação de pugilistas dividida em dois rounds.



O 1ºround foi amplamente dominado pelo pugilista de calção verde e luvas da cor grená – O Desafiante - com golpes rápidos aliados à boa técnica por muito pouco não levou o boxeador de calção preto e luvas vermelhas – O atual campeão – a beijar a lona.

 Três dos diversos jabs desferidos, entraram em cheio contra apenas um daquele que defendia o cinturão dos Pesos Pesados. O desafiante bem que tentou, mas o 1ºround terminou. Mas o Campeão continuava de pé, bem castigado é verdade, mas de pé como convém ao seu status. Salvo pelo gongo!


 Veio o intervalo e com ele entraram em cena treinadores e massagistas, cada qual na sua especialidade, táticas, gelos e vaselinas são repassadas. Os artistas do espetáculo merecem tratamento vip!


Enquanto o desafiante é pura confiança – também pudera, depois de um assalto arrasador... – o campeão tenta juntar seus cacos, encontrar o seu melhor jogo, partir com tudo para cima, tentar ao máximo pontuar e quem sabe empatar a luta.



Soa o gongo, começa o 2º assalto. Nem bem se dá início ao combate, o campeão já mostra a que veio. Fazendo jus ao título que defende ele parte para o combate aberto. Com um gancho de direita acerta em cheio o queixo de seu adversário fazendo-o ver estrelas.

Nesse momento o desafiante está atordoado. A pressão é grande, o experiente boxeador sente que esse é o momento e seus milhares de fãs o apóiam. A confiança que outrora estava ao lado do inquestionável vencedor do 1ºround, agora muda de córner.




Empurrado pelos calorosos brados do público, o campeão encurrala o oponente em seu córner, até que num contragolpe certeiro, acerta outro de seus poderosos cruzados de esquerda, levando o juiz a abrir contagem para o golpeado. O juiz consulta as condições físicas do atleta, atesta que está tudo ok e manda que recomecem o magistral combate.

Na ânsia de derrubar seu desafiador, o campeão acerta-o com um golpe baixo, o juiz o adverte e é nesse momento em que o desafiante comete um erro que mais tarde viria a decretar sua derrota: aproveitando-se do instante de instabilidade emocional do campeão, o desafiante abre a guarda e parte para a “trocação”, porém esquece que do outro lado está nada menos que o Campeão da OMB e CNB.




O campeão se defende dos ataques nada contundentes de seu adversário, preparando mais de seus contragolpes mortais, e assim acontece, pressentindo o pior, o desafiador tenta o clinche em vão e num lance rápido o campeão desfere um direto de esquerda levando seu oponente a um knockdown, o público delira,  o nocaute é questão de tempo.



Seguindo a estratégia adotada, o Campeão agora faz com que seu desafiador se desgaste para que no momento certo a luta seja aniquilada. O Campeão "dança" no tablado à espreita do tiro de misericórdia. Um passo em falso do bom desafiante e, eis que, com um upper de esquerda está selado o fim do confronto com um nocaute. O Campeão mantém seus títulos e tem seu braço erguido em sinal de mais um êxito. Só faltou a trilha sonora do filme Rocky Balboa...



Analogias à parte, se o Fluminense tivesse seu matador em campo, das duas uma:


Ou o Flu mataria o jogo no primeiro tempo com uma goleada acachapante ou o jogo terminaria 5 a 5. A dupla Alan & Maicon é muito veloz, habilidosa e promissora, mas nos quesitos frieza e precisão nos arremates ainda têm muito que aprender com os “veteranos” Fred, Adriano, W. Love e Dodô.
Destaco a atuação de W. Love. Confesso que não esperava muita coisa dele, mas jogo a jogo vem mostrando vontade e oportunismo.


Esta partida certamente entra para o hall dos jogos inesquecíveis.

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Perguntar não ofende...


Não havia uma hora melhor para o Marcos Braz dar uma de "quem manda aqui sou eu"?
E para piorar ainda mais, M.B. declarou hoje que só a dupla Adriano e W. Love têm privilégios... Lamentável...