22 de fevereiro de 2010

Esse Joel...

Deu vontade de falar, fale! Pensou em escrever, escreva! Não deixe para Domingo após o fim do jogo aquilo que você de certa forma pressentiu.



Eu sei que de nada vai adiantar dizer que eu queria enfrentar o Flamengo na final, mas essa preferência é uma questão lógica. O Fla vem levando vantagem sobre o Vasco na última década, ou melhor, nos últimos dez anos, contudo, a história desse derby aponta para um equilíbrio. Por outro lado, desde que eu me entendo por gente, assisti a duas finais entre Vasco e Botafogo e em ambas as partidas o Alvinegro levou a melhor. Em 1990 o Fogão venceu por 1 x 0 levantando o caneco do Estadual e em 1997 a sina se repetiu, com direito àquela patifaria feita por Edmundo - um prenuncio do que hoje viria a ser o hit baiano "rebolation".


Até outro dia pensava ser eu o azarado, mas não, a história é ainda mais complexa. Apesar de ser o maior freguês do time da Colina, o Botafogo jamais perdeu uma decisão para o Vasco. Isso é que é tabu!






Para analisar a partida de hoje, preciso remeter ao jogo entre Botafogo e Flamengo. Já naquela partida o Fogão mostrava qual seria seu plano para levantar a Guanabara. Méritos a Joel Santana, que teve a humildade de admitir publicamente que seu time era inferior tecnicamente frente a Flamengo, Vasco ou Fluminense. Fosse quem fosse o adversário, a tática estava traçada: Antes de atacar, defender, mas defender-se de verdade. Montou um time com três zagueiros, três cabeças de área e apenas um lateral de ofício, adaptando um cabeça de área na lateral esquerda. Sete jogadores compunham a defesa, isso sem contar quando Loco Abreu e Herrera não davam uma mãozinha. O ferrolho estava armado.

Resultado:
A exemplo do que fizera o Fla, o Vasco jogou com um certo salto alto. A diferença é que o rubro-negro criou mais oportunidades de gol e as perdeu. O Botafogo jogou sério, limpo, na bola. Algumas vezes ganhou no grito, como Marcelo Cordeiro fez com Philipe Coutinho que abusou de dribles pouco objetivos e jogadas de efeito que não funcionaram. O time de Joel sabe de suas limitações e por isso jogou para vencer.


A partida foi feia, mas quem disse que jogo de final é bonito? Inúmeros passes errados, erros grosseiros, faltas duras, pênalti não marcado e expulsões. Teve de tudo. O Botafogo abriu mão da posse de bola, mas não de jogar. Jogou à sua maneira, defendendo-se e levantando a bola na área em toda a oportunidade que surgia. Se desse, até o goleiro Jéferson levantaria um tiro de meta na área do Vasco. O Botafogo mereceu vencer até com certa folga, não fosse a fragilidade técnica de seu ataque o placar poderia ser mais confortável.  A dupla Loco-Herrera supri a técnica com muita garra.



Parabéns ao Botafogo, pois além de ser campeão, garantir vaga na final do Estadual, derrubou um dos últimos times invictos do Brasil. Agora é torcer para o Vasco chegar novamente a final, por que se assim for, o Fogão já pode colocar a faixa de campeão no peito. Êta tabuzinho indigesto!


Ah, já ia me esquecendo... Eu previ esse troco logo após aquela sonora goleada, lembram?


"Não assisti a esse jogo, mas assisti aos 4 x 1 aplicados pelo Vasco no ano passado em cima desse mesmo Botafogo e lembro que, mais tarde, no turno seguinte o troco foi impiedoso naquela fatídica semifinal da Taça Rio em que Maicossuel lavou a alma alvinegra. Em outras palavras: Já vi esse filme. Se existe time predestinado ao improvável, este é o Botafogo."



Ps.: É meu caro RAC, não teve jeito, vou ter de pagar o pirulito que apostamos.


"Roda mundo, roda gigante

Roda moinho, roda pião

O tempo rodou num instante

Nas voltas do meu coração..."









5 comentários:

  1. O que dizer do Botafogo?
    Perde da forma mais estarrecedora e ganha quando quase ninguém espera...
    Não, o responsável por esta taça não entrou em campo. Nem sentou na beira deste.
    Não houve nó tático, não existiu um herói sequer.
    Nada.
    Mas tinha que dar Botafogo.
    Depois de dois jogos onde foi completamente dominado, onde Flamengo e Vasco passearam e a bola rondou pela área do time alvinegro insistentemente, como explicar esta conquista?
    Joel Santana? Sorte? Competência?
    Não, não marcaria nenhuma das alternativas acima.
    Foi um jogo armado. A taça já tinha dono. O resultado já era aguardado antes do campeonato começar.
    Os deuses jogam dados. E quiseram que o time de
    Marechal fosse campeão.

    ResponderExcluir
  2. Eu, sinceramente, não levava fé que o botafogo chegasse "lá", por isso não assisti aos dois jogos, com Flamengo e Vasco.
    Fico feliz pela quinta vaga na final do carioca seguida pelo fogão, mas espero que essa felicidade não se transforme na grande decepção de ser "tetra-vice" pior ainda se for para o Flamengo...

    ResponderExcluir
  3. É claro que ganhar uma taça é maravilhoso... mas o que dizer desta "Guanabara", que já está poluída por sempre ter a certeza dos ditos "04 grandes" do futebol carioca nas finais. A não ser por poucos anos, recentemente, é a mesma coisa.
    Poderia acreditar que o Fogo estava predestinado a ganhar, mas a verdade é que essa Taça foi deixada para este por incompetência vascaína. Técnicamente superior, deixou que o salto alto atrapalhasse; e quando os "craques" do time não conseguem desenvolver, ou outros aparecem ou a derrota é certa.
    Tomara que esses tabus nunca acabem pois é disso que vivemos. Bola pra frente (literalmente) e esperemos a concretização do trabalho do Mancini.
    Parabéns ao Botafogo... não ao "Joel Sócana"!!!

    ResponderExcluir
  4. AH!!! Mas uma coisa...
    Que estória é essa de "pagar pirulito"?!?!

    Tomara que as mulheres da sua vida nunca vejam este "post".
    Um abraço.

    ResponderExcluir
  5. Não é nada disso que vc está pensando. É que no dia 1º de Fevereiro, logo após a goleada de 6 X 0, o RAC lançou uma aposta dizendo que o Joel poria o Fogão na final da Taça GB. Eu aceitei o desafio, apostei com ele, perdi, e ainda não comprei o pirulito.
    Foi só isso...

    ResponderExcluir